segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Paris, a minha


Minha primeira tarde em Paris foi nublada. Deixei as malas no hotel, já no meio da tarde, e fui ao Montmartre para sentir a verdadeira Paris: andar, metrôs, conhecer um parisiense angelical, chegar, já estar na noite, descobrir as escadarias da Sacré Couer, subir, arfar, perder o fôlego com a vista, comprar souvenirs, tirar as fotos, entrar durante a missa em francês (estou na França!), chorar, rir ao sair, falar com outro novo parisiense que se torna um meu guia temporário, ir a Place du Tertre, passar na porta do Museo de Dali, ver o Moulin de la Galette, Monoprix, finalizar no Moulin Rouge...Não! Não finalizei, tudo apenas começava. Paris me reservou dias incríveis e até céus azuis. Sua noite, suas luzes, seus prazeres (foi como ter um garoto de programa de graça...rs). Trocadero. Iluminada. Os museos Rodin, Louvre e d'Orsay me acolheram e me inebriaram. Les Invalides. Tuileries e roda gigante sendo montada. Ópera. Tentação nas Galerias. As ruas do Quartier Latin, numa manhã de chuva, soaram-me mais medievais e misteriosas. Beijos. Thermes de Cluny. Flores nos jardins de Luxemburgo. Sobourne. Pantheon. As catacumbas estavam fechadas (devido a vândalos), então voilá: cemitério de Montparnase para dar um oi-adeus a Sartre e Beauvoir.Metrô, sempre. Sigo a linha rósea.Livrarias. Antiquários. Brechós de luxo. As ilhas, la Cité e St Louis, me conectaram com meus arquétipos mais singelos. Notre Dame suntuosa. Sorvete. Vinho rose. O Sena hipnotiza. O outono colore meus olhos. Bateau. Quiche Lorraine e Creme Brulé. Alimento o corpo e minh'alma. Perfumes, cremes, L'occitane. Gravuras vintage. Os caminhos se abrem e não pego fila em lugar algum, subo na Torre e avisto Paris em toda a sua extensão. Voei. Caminho pelo Champ du Mars. Tentam me dar o golpe do anel (mas quem lê muito antes de viajar pode até consegue prever cenas assim) e, obviamente, não caio nele. Feira. Feira de novo. E de novo. Crepe. Chocolate quente. Baguete. Croissant. Você. Eu. Ele.Intercorrências para os outros me protegem. Perguntam-me se sou italiana, se sou francesa: sou de lá por hora. O italiano me aborda na rua parisiense. Todo o meu mundo é ali agora. Banheira, sais, relaxo. Em Vincennes, me imagino com capa e espada. O homem que me vende a Eclair elogia meu país e nosso futebol. O homem na rua elogia a mim. No caminho para a Bastilha, no metrô, o violinista toca a música tema de "O Último Tanto em Paris", como um prenúncio do que terminaria ali: descubro que não era sapo, nem príncipe, só não era de verdade. Sobretudo vermelho. Le Marais, Vosges, Halles. Madeleine. Champs Elyse. Carro do presidente. Laduree. Macarrons!! A minha outra vida começando. Sinto, agora, que o tango é o primeiro em Paris e não o único (e a música tema daquele filme tocaria de novo no meu desembarque no Brasil). A mãe passeia com o bebê no seu carrinho e pára para me ajudar com as fotos. Um au revoir definitivo para o personagem. Um at bientot sincero para a cidade verdadeira. Gentilezas, sempre. Bonjour Madame, cotidiano. O meu merci ,eterno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oi, vou adorar que vocês também compartilhem comigos suas reflexões...